O mundo por trás do volante

Olá, meus caros leitores. Como é bom escrever para vocês com mais frequência. =P


A idéia de escrever sobre o mundo das 4 rodas me veio hoje, enquanto estava vindo para faculdade. Alguns de vocês já devem saber que eu moro na cidade do Rio de Janeiro apenas durante os fins de semana. Pois, nos dias úteis, faço faculdade em Seropédica e tenho residência por aqui, pois é inviável fazer viagem de ida e volta(aproximadamente 160km) diariamente.

Como se dirigir 80km para chegar à faculdade não fosse o suficiente para me deixar insatisfeito, um fator agravante dá as caras. Seu nome é Avenida Brasil.

Você não sabe como é a Av. Brasil? Ótimo, você é feliz. Mas vou fazer um breve resumo para te situar. Esta Avenida faz ligação entre o inferno e o céu. O inferno todos sabemos que é a baixada fluminense, porém, até hoje, nenhum ser humano foi capaz de descobrir onde está o Céu. Mas uma coisa é certa, é bem longe daqui.

Ok, agora vocês já sabem onde eu moro, o que eu preciso fazer para chegar à faculdade e o caminho que tenho que pegar. Falta só lhes dizer tudo aquilo que passa na minha mente enquanto estou neste trajeto.

A parte inicial é bem comum. Eu saio de casa bem animado, ligo o som do carro (não queiram saber o que eu escuto, sei que muitos de vocês não gostariam =P) e sigo bem tranquilo em direção à faculdade. Mas como felicidade de pobre dura pouco, logo me deparo com a, tão importante, Avenida Brasil. Neste mesmo instante, eu vejo todos os bons pensamentos que eu tinha fugindo pela janela. A felicidade de qualquer ser humano desaparece no momento em que ele pisa nessa Avenida. Por isto, caso algum dia vocês sejam obrigados a transpor essa Avenida, aconselho que não façam isso ouvindo um CD do Katinguelê.

A propabilidade de suicídio é altíssima.


Para saber se você está na Av. Brasil é fácil. Se você avistar um engarrafamento sem fim e uma pista com buracos que mais parecem estações de metrô, você está na Av. Brasil.

Enfim, não adianta reclamar, não adianta chorar. O caminho é este, então vamos em frente. Ao som de "Bones - The Killers" fui seguindo meu trajeto, o quanto pude. Pois no meu 3°km percorrido na Brasil, avistei um acidente. Um ônibus atingiu a lateral de um Astra, impedindo a circulação de duas das três pistas. Logo em seguida, uma multidão de pessoas se prontificou à oferecer.... Biscoito "Globo", pipoca doce, água, coca-cola, carregadores de celulares, capa para voltante, pijama, ingressos para o show do Mamonas Assassinas e diplomas da Estácio.

Sério, é incrível a logística que esses caras possuem. Eu sempre me pergunto se eles não fazem armadilhas para estes acidentes acontecerem. A velocidade com que eles chegam ao local do acidente é impressionante. Tenho certeza que se essas pessoas fossem treinadas para serviços de resgate e emergência, ninguém morria nas estradas brasileiras.

Com muito sacrifício, consegui passar pelo local do acidente. Confesso que fiquei bem feliz. Pois como o acidente foi o culpado do engarrafamento, após passar por ele, a pista estaria livre e vazia.

Engano meu. Alguns quilômetros depois, encarei mais um engarrafamento e 45 minutos depois, percebo que andei 5km e nem sinal do fim deste sofrimento. Fiquei imaginando quantos ônibus estariam em chamas para causar tamanho congestionamento. Neste pedaço de engarrafamento, me dei conta de uma coisa muito importante e bolei uma teoria.

Não importa em que faixa você está. A faixa dos outros SEMPRE será mais rápida do que a sua. Não adianta mudar de faixa ou continuar na mesma, achando que se você não mudar, sua faixa vai "andar". Desista, o problema é VOCÊ.

Na briga para avançar alguns metros, vale de tudo. Estamos todos prontos para matar o primeiro que ousar entrar em nossa frente. E hoje, um maluco me desafiou. Estavamos lado a lado quando o carro à minha frente avançou cerca de 5 metros. Nos apertamos muito e alcançamos o carro já quase colados um no outro. No próximo avanço seria definido quem tomaria a liderança. Nos encaramos por uns instantes... o desafio estava feito... quem conseguir avançar é o melhor.

Motores roncando, acelerador pulsando, o pé esquero a ponto de soltar a embreagem... a tensão foi aumentando, o coração batendo mais forte... enfim, o carro da frente nos libera o espaço e em questão de segundos... o cara entrou na minha frente =/



Como as desgraças comigo não vem desacompanhadas, o carro que estava atrás do cara também me passou... e mais um... até que um velhote ameaçou entrar na minha frente também. Eu estava disposto a impedi-lo e mostrar que não é qualquer um que entra na minha frente. Porém não consegui e ele ainda me olhou com aquela cara de quem diz pra mim "otário".



Foi então que uma mulher tentou fazer o mesmo que outros 4 carros já tinham feito. Porém, desta fez, eu superei. (Não fiquem assim, mulheres. A fraqueza ao volante é natural à espécie de vocês ;D)

No final das contas, descubro que o engarrafamento foi ocasionado por.... N-A-D-A. Não havia marcas de acidente, algum carro quebrado, obras e nem nada do tipo. Você não tem a quem culpar, não pode nem xingar a mãe do sujeito. É o tipo de engarrafamento que está ali só para te atrasar e fazer você passar por algumas situações vergonhosas =( .



Dedico esta postagem à todos vocês que estão me apoiando e me incentivando à dedicar mais tempo ao meu lado "escritor" (entre aspas sim, pois não me considero um).

PS: Hoje recebi um email da Oi. O resultado da minha avaliação sai no dia 23/12 *_* (cruzando os dedos).